quinta-feira, 21 de março de 2013

Oz: Mágico e Poderoso (Oz: The Great and Powerful) - 2013

16/03/2013 - 16
Nota: 8.0 / 7.0 (IMDB)
Formato: Cinema 3D

Direção: Sam Raimi
Roteiro: Mitchell Kapner, David Lindsay
Elenco: James Franco (Oscar Diggs), Mila Kunis (Theodora), Rachel Weisz (Evanora), Michelle Williams (Glinda/Annie), Zach Braff (Frank/Finley), Joey King (China Girl/Menina da Cadeira de Rodas), Abigail Spencer (Sra. Hamilton), Ted Raimi (Skeptic/Tinker), Bruce Campbell (Gore, o Dark Wizard), Tony Cox (Knuck), Tim Holmes (O Homem Forte), Martin Klebba (Nikko)

Crítica:
Oz: Mágico e Poderoso é o filme que faz prelúdio ao clássico infantil: O Mágico de Oz (The Wizard of Oz) - 1939. Os dois filmes se baseiam na série livros escritos por L. Frank Baum que narram histórias sobre a Terra de Oz, começando por O Maravilhoso Mágico de Oz.

Hollywood está vivendo uma falta de inspiração causada pelo avanço tecnológico e é claro por uma força maior: o capitalismo. Temos pouquíssimos filmes sendo realizados que não sejam baseados em alguma história ou fato que já existe. Isso se deve ao poder da tecnologia, que hoje vem permitindo aos diretores realizarem, cinematograficamente, seus sonhos de criança, trazendo para o cinema as histórias que só podíamos imaginar. E é claro, que também se deve ao fato de envolver bilhões de dólares, pois se não desse dinheiro, nada seria feito. Mas apesar de criticar negativamente essa opção dos estúdios (deixar o cinema bitolado), entendo que algumas vezes eles acertam. Particularmente sobre os prelúdios, são temas que mexem com um sentido que está inato ao ser humano, a curiosidade de descobrir o que realmente aconteceu ou acontece com alguém ou alguma coisa. Historicamente, vivemos em busca de respostas para todos os tipos de perguntas, e é nesse sentido, que às vezes, defendo os filmes que contam as histórias do que aconteceu ou poderia ter acontecido com um personagem específico.

Esse é o caso de Oz: Mágico e Poderoso que conta a história de como o famoso mágico do clássico de 1939, chegou à cidade de Oz. No primeiro, o mágico é o rei de Oz e ninguém o questiona até que Toto (cachorrinho de Dorothy) o desmascara. Mas como o mágico chega à Oz? E como ele se torna rei? Essas respostas estão nesse novo filme, que não conta absolutamente nada sobre Dorothy, o Leão Covarde, o Homem de Lata e o Espantalho, pois segundo minhas pesquisas, os direitos sobre esses personagens são da Warner e não da Disney.


[SPOILERS...] O filme começa em preto e branco, da mesma forma que o anterior, e mostra os participantes de um circo itinerante até que cena foca na apresentação de um mágico, Oscar Diggs (James Franco). Tudo vai bem até receber um pedido inusitado de uma menina, que sentada em uma cadeira de rodas lhe pede que faça sua magia para que ela volte a andar. Ele disfarça e termina o show, sem dizer à menina que sua magia era falsa, assim percebemos que o mágico não tinha ética e muito menos honestidade. Passado esse fato, o mágico se vê perseguido pelo grandalhão do circo, na fuga ele entre num balão de ar, mas se depara com furacão, da mesma forma como aconteceu com Dorothy, ele cai em uma cidade colorida e cheia de criaturas estranhas. 

Quem o acha é Theodora (Mila Kunis), um das bruxas de Oz. Nesse momento o filme se torna um pouco lento, com Theodora explicando a Oscar onde ele estava e qual eram os últimos acontecimentos da cidade.  E que ele era o mágico esperado por todos e por isso se tornaria rei. Além de lhe contar sobre suas duas irmãs: Evanora (Rachel Weisz) e Glinda (Michelle Williams). Oscar se deixa seduzir por Theodora, e lhe promete ser sua rainha. Os dois vão para o castelo de esmeraldas para encontrar a outra bruxa, no caminho conhecem Finley, um macaco voador que jura fidelidade à Oscar, pela ajuda prestada. Ao conhecer Evanora novamente é seduzido, mais ainda, depois que ela mostra um cofre gigantesco com o ouro que pertencerá ao futuro rei. Mas segundo Evanora, para se transformar em rei, também é preciso matar a bruxa má Glinda. 


Assim, Oscar e seu fiel escudeiro saem à caça da terceira bruxa seguindo os tijolos amarelos. No caminho encontram a simpática menina de porcelana, que entra pra o grupo após o mágico colar suas pernas, como mágica. Ao encontrar Glinda, descobre qual é a real identidade das três bruxas. Glinda é a bruxa boa; Theodora, a bruxa má do oeste e Evanora, a bruxa má do leste.

Agora Oscar precisa salvar a cidade de duas bruxas, mesmo sabendo que ele não era um mágico de verdade, Glinda convencê-lo de lutar com seus próprios artifícios, sua falsa magia. Num primeiro momento ele recusa, mas depois aceita e arquiteta o plano para pegar as bruxas más. Ao fim, Oscar consegue convencer a todos que era um mágico de verdade, forjando sua morte e aparecendo em forma de espírito num jogo de imagens e fumaça, semelhante ao antigo filme. As duas bruxas fogem e Oscar de torna o rei de Oz, mas somente na forma sobrenatural. [FIM SPOILERS]


Surpreendi-me com a fidelidade aos cenários e com parte da história ao primeiro filme. Para quem o assistiu, ver os tijolinhos amarelos, os macacos voadores, e a imagem esfumaçada do mágico, foi nostalgia pura. Um roteiro muito bem escrito, sem deixar furos na ligação entre os dois filmes, mesmo com a restrição dos direitos dos personagens. Além disso, os efeitos especiais ficaram excelentes, o macaco Finley foi algo no nível do Smeagol, O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey) - 2012; e do Cesar, Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes) - 2011.

James Franco teve um bom destaque, pois conseguiu mostrar muito bem a personalidade do mágico: farsante, mentiroso, interesseiro e mesquinho.

De tudo, o que mais me chamou atenção, foi o clima de terror que há na história, acho que conseguiram fazer a primeira história infantil aterrorizante. Colocando-me no lugar de uma criança entre quatro e oito anos, ficaria assustado com as bruxas e suspense que apresentam algumas cenas. Pra mim, foi algo nunca visto.

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