domingo, 1 de março de 2015

O Negócio: 1ª Temporada - 2013

31/10/2014
Nota: 8.0 / 8.2 (IMDB)
Formato: HD

Direção: Michel Tikhomiroff, Júlia Jordão
Roteiro: Fabio Danesi, Camila Raffanti
Elenco: Rafaela Mandelli (Joana/Karin), Juliana Schalch (Maria Clara/Luna), Michelle Batista (Magali), Johnnas Oliva (Yuri), João Gabriel Vasconcellos (Augusto), Guilherme Weber (Ariel), Gabriel Godoy (Oscar), Eduardo Semerjian (César)

Crítica:
O Negócio é uma série da HBO Brasil que se passa no mundo das garotas de programa de luxo. A primeira temporada apresenta duas das protagonistas em seu piloto: Karin (Rafaela Mandelli) e Luna (Juliana Schalch), no segundo episódio aparece a Magali (Michelle Batista).

Karin tem 31 anos, é um experiente garota de programa que está caminhando para o final de sua carreira. Sua frustração é ainda não ter adquirido patrimônio para se aposentar. Quando percebe que boa parte do seu trabalho vai parar nas mãos de seu booker, Ariel (Guilherme Weber), que é um personagem bem engraçado, em todas as suas cenas são interessantes e inteligentes. Assim, Karin decide seguir por conta própria e ela mesma arrumar seus clientes. Após um programa com um de seus clientes, Karin descobre o “Marketing” e resolve aplicar algumas dicas de mercado sobre o seu “produto”: O Sexo.
Luna, mais nova que a Karin, precisa mentir para sua família sobre sua profissão, e até um namorado fictício ela arruma, Yuri, que tem todas as características de um homem perfeito. Com objetivos finais diferentes, elas se juntam para tornar o negócio mais lucrativo.


Em parceria com Luna, que no início está mais interessada em encontrar um homem rico que possa bancá-la e assim deixar a vida de garota de programa, as duas entram de cabeça no “Negócio”.
Logo depois elas conhecem Magali, um menina que não quer saber do futuro, quer apenas aproveitar bastante o momento que está vivendo. Com o trio formado, elas começam a estudar uma forma de potencializar o “Negócio”. Assim Karin investe fortemente em estudos sobre técnicas de marketing.
Dentre as várias abordagens, elas resolvem criar uma empresa em que o negócio é a qualidade de vida, e nasce a Oceano Azul. Mas em qual nicho do mercado eles deveriam apostar? O que os homens querem, quando e quanto estão dispostos a pagar? Uma das técnicas que elas utilizaram foi o focus group, técnica utilizada na pesquisa de mercado qualitativa. Essa é um dos melhores momentos da série, onde os homens começam mentindo, mas aos poucos vão se soltando e dizendo tudo que gostam e porque saem putas.


Aos poucos as três vão conquistando o mercado, atendem despedidas de solteiro, fazem parceria com uma funcionária de empresa área, que oferecia o cartão da Oceano Azul para todos os clientes que não conseguiam embarcar por qualquer que seja o motivo. E sempre prestando atenção em oportunidades no dia a dia. Além disso, subiram o preço do programa, e armaram toda uma agenda fictícia para valorizar a empresa. Se há muita demanda e pouca oferta, o produto passa a ser exclusivo e consequentemente caro. Quinze mil seria o preço do programa. Quem tem esse dinheiro para pagar por uma noite com uma mulher?
A história principal é essa. Alguns outros bons personagens são introduzidos na trama, como o Oscar (Gabriel Godoy), um trambiqueiro que engana a Luna (que por sua vez, queria enganá-lo, achando que era o marido rico que tanto queria). Os dois atores tem um sintonia muito boa, as cenas em que  estão são sempre excelentes. Toda história precisa de um par romântico, mas quem vai querer namorar garotas de programa? É ai que entra Augusto (João Gabriel Vasconscellos), um advogado amigo de adolescência de Karin, apaixonado, vai fazer de tudo para ficar com ela. No início é estranho, mas o roteiro e as atuações conseguem nos cativar e acreditar nesse relacionamento.


Um dos episódios que prova o valor que série tem é o Fidelização, onde elas encontram uma solução para fidelizar seus clientes, mas o mais interessante é pensar em fidelizar homens que não são fiéis. É por esses momentos que a série mostra que realmente vale a pena.
Pela primeira vez conseguir assistir algo da televisão brasileira que realmente me prende atenção, algo que não parece novela da Globo. A série foi bem elabora e roteirizada. Como falar de putas sem ser vulgar e expositivo? Eles conseguiram. Claro que tem sexo, não tinha como não ter, mas o sexo é pano de fundo, o principal é o marketing e depois as tramas que são criadas para cada uma das personagens. Todas são muito bem trabalhadas, com personalidades fortes e diferentes, cada uma com seus problemas e objetivos de vida.


Há também uma pontinha de crítica à sociedade, pois o que se mostra na série existe e muito, mas como nossa sociedade é hipócrita, não conseguimos admitir que isso é a coisa mais comum de se acontecer. Quem nunca foi em uma despedida de solteiros? Empresários que vivem viajando, longe de casa tudo acontece! Mas foi inserido nas nossas cabeças que isso é proibido, assim todo mundo faz, mas não fala que fez.
A série vai melhorando de episódio em episódio, assim como os personagens, cada vez mais confiantes e decididas do que querem.
A segunda temporada tem tudo para ser melhor.

Revisão: Rodrigo Caldas

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